Atriz revela que se sentia ignorante sobre o tráfico de pessoas.
Repórter investigativo busca pistas do final da trama com a autora.
Ele trabalha no Fantástico, e foi citado mais de uma vez na novela "Salve Jorge". É Eduardo Faustini, o repórter sem rosto, especializado em grandes reportagens investigativas. E a investigação de hoje é: como vai terminar "Salve Jorge"? Com a palavra, Giovanna Antonelli e a autora, Glória Perez. A reportagem é dele: Eduardo Faustini.
Você viu no Fantástico, no início do ano, a reportagem sobre as brasileiras que eram mantidas como escravas em uma casa de prostituição na Espanha. Essa triste história foi parar na novela "Salve Jorge”, que tem como tema principal o tráfico internacional de pessoas.
“Ô Faustini, manda para mim aquelas matérias investigativas que você já fez sobre o tráfico de pessoas”, disse a delegada Helô na novela.
O repórter do Fantástico Eduardo Faustini, junto com o correspondente André Luiz Azevedo, mostrou como funcionava o esquema de prostituição.
Repórter: A que ponto você trabalha a informação jornalística no seu trabalho?
Glória Perez: Total, eu acho. Fui procurar, por exemplo, as pessoas que passaram por isso. Elas me contaram essa experiência, essa vivência, como é que a coisa funcionava, como era o sentimento delas, como é que elas foram enganadas. São 32 bilhões de dólares, segundo a ONU, que rende um crime desse. Eu disse: 'mas meu Deus, por que todo mundo não fala disso?'
Glória Perez: Total, eu acho. Fui procurar, por exemplo, as pessoas que passaram por isso. Elas me contaram essa experiência, essa vivência, como é que a coisa funcionava, como era o sentimento delas, como é que elas foram enganadas. São 32 bilhões de dólares, segundo a ONU, que rende um crime desse. Eu disse: 'mas meu Deus, por que todo mundo não fala disso?'
“Me senti uma ignorante a partir do momento que comecei a ter essas informações. Você para e pensa: que mundo que eu vivia? Essa coisa absurda, é um soco no estômago esse tema”, diz a atriz Giovanna Antonelli.
Ela conta o que aprendeu com os policiais para a personagem. “Bom, primeiro o trabalho da polícia, principalmente dentro dessa nossa história, do tráfico humano, como funciona, o que acontece, o que eles fazem pra desvendar qualquer caso, e é magnífico”, destaca.
Repórter: Como é que você chegou na seringa da Livia, por exemplo?
Glória Perez: A seringa da Livia foi uma coisa que eu observei que geralmente essas pessoas que morrem no exterior de uma maneira muito suspeita morrem de overdose. Porque isso pode ser atribuído a suicídio. Isso é muito bom para uma quadrilha.
Glória Perez: A seringa da Livia foi uma coisa que eu observei que geralmente essas pessoas que morrem no exterior de uma maneira muito suspeita morrem de overdose. Porque isso pode ser atribuído a suicídio. Isso é muito bom para uma quadrilha.
E para a delegada Helô? O que seria bom no fim da novela? O Fantástico buscou essa resposta com a autora da novela.
Faustini: Eu quero uma pista. Eu quero alguma coisa que eu pudesse ir para casa e exercitar esse meu lado investigativo. Eu fiquei achando que a Livia não era a cabeça.
Glória Perez: Claro que uma máfia maior e que teria alguém em cima da Lívia, lógico que teria, se fosse para retratar realmente. Aí é que você foge do jornalismo.
Glória Perez: Claro que uma máfia maior e que teria alguém em cima da Lívia, lógico que teria, se fosse para retratar realmente. Aí é que você foge do jornalismo.
A quadrilha internacional de tráfico de mulheres que você viu no Fantástico só foi desvendada porque a mãe de uma brasileira enganada pelo esquema viu a novela e resolveu denunciar tudo à Polícia Federal.
O chefe do bando foi preso. A ex-companheira brasileira dele foi indiciada por tráfico de pessoas para fins de exploração sexual e formação de quadrilha.
As casas de prostituição mantidas pelo esquema na Espanha foram fechadas. Depois da reportagem, dezenas de denúncias foram feitas à Polícia Federal e levadas ao conhecimento das autoridades espanholas.
“O maior retorno, acho que de tudo que eu tive, de todo carinho que eu tive das pessoas foi poder levar esse tema a público mesmo, essa informação para as pessoas”, diz avalia Giovanna.
“Quando você consegue fazer um trabalho que é para divertir, mas ao mesmo tempo tem uma força para interferir no real, isso é uma coisa que não tem preço, conclui Glória Perez.
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