Em meio à enxurrada de críticas, humor afiado e senso de justiça da delegada Helô deixarão saudade
Teoricamente, a heroína do folhetim de Gloria Perez foi outra: a jovem Morena, interpretada pela dedicada Nanda Costa. Mas, na prática, quem carregou 'Salve Jorge' nas costas, basicamente, foi Giovanna. Se faltou química entre Morena e Théo, vivido por um monótono Rodrigo Lombardi, sobrou energia ao casal formado por Helô e Stenio, o advogado fanfarrão construído com muita espontaneidade por Alexandre Nero. Dali, Giovanna tirava sua essência de espirituosidade, seus espasmos de humor que trouxeram leveza em determinados momentos arrastados da trama.

Obviamente, Giovanna não foi capaz de salvar a novela recém-encerrada de toda a rede de críticas pertinentes que sofreu durante seus sete meses de vida. E talvez este tenha sido, ironicamente, um ponto a favor de seu trabalho. Mesmo diante de um cenário complicado, Helô foi uma personagem eficiente, com nuances que criaram empatia com o público. Justiceira, mas sem perder a ternura (a tal ternura que tantas vezes faltou nos olhos de Morena). Até mesmo quando se tratava da nebulosa relação com a filha, Helô conseguia dosar bem sua dualidade de afeto e disciplina.
Há de ser destacada também a performance de outros nomes, como Dira Paes, Bruna Marquezine e Roberta Rodrigues, mas quem conseguiu chegar ao fim da via-crúcis de 'Salve Jorge' sem qualquer vestígio de apedrejamento foi Dona Helô, ou melhor, Giovanna Antonelli.
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